A idéia de forças em oposição esteve presente no século XIX em vários campos do saber. Na fisiologia física, o princípio de conservação de energia apresentava a idéia de forças químico-físicas inerentes à matéria, redutíveis a forças de atração e repulsão. Freud de algum modo se inspirou e foi influenciado pela fisiologia física, pela medicina e pela biologia de seu tempo.
Em Freud, o conflito psíquico é constitutivo do sujeito, uma vez que ele baliza não só a concepção de aparelho psíquico, como também de patologia. Assim, desde “Estudos sobre a histeria” (1893), o conflito já aparecia na clínica de Freud.
Em 1900, o conflito reaparece atuando sobretudo nos sonhos, nas formas de funcionamento energético dos sistemas consciente e inconsciente: o inconsciente exerce uma ação permanente nos sonhos, de acordo com sua livre descarga de energia, contraria à força dos sistemas pré-consciente/consciente, que tentam vincular essa energia. O inconsciente é que a neurose é o resultado de um conflito entre os sistemas psíquicos; um conflito entre suas formas de funcionamento. Assim, o sistema inconsciente exerceria uma ação permanente nos sonhos e nos processos psíquicos, o que exigiria a ação de uma força contrária, da censura pré-consciente.
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