Em seu artigo de 1925-1926, "Mais além do Princípio do Prazer", Freud indica seus propósitos em que está interessado nos fenômenos dos quais o princípio do prazer não obedecem ao objetivo do aparelho psíquico.Ao contrário, existem experiências que ultrapassam esse objetivo, e é em busca delas que ele fará seu caminho.
Freud fala da relação do princípio da constância com o princípio do prazer. Para ele trabalho psíquico tenta manter constante ou tão baixas quanto possível as excitações internas, para ressaltar, em seguida, que o princípio do prazer decorre do princípio de constância. Freud percebe que se há no aparelho psíquico uma tendência ao princípio do prazer, nem sempre se consegue chegar a essa harmonia. Ele então busca os eventos que contradizem este princípio, desenvolvendo seu raciocínio em tomo dos impasses clínicos constituídos pelos fenômenos de repetição (sonhos traumáticos entre outros).
Mas são exatamente esse fenômenos da compulsão à repetição que apresentam uma repetição desprazerosa e vêm expressar um poder demoníaco na vida psíquica. Segundo Freud, essa compulsão à repetição destrona o princípio do prazer.Essa característica da compulsão é o que conduzirá Freud ao conceito batizado de pulsão de morte.
Para chegar a esse conceito Freud retoma, a partir de Breuer, as concepções de energia livre e energia vinculada. A noção de ligação é relacionada aqui à capacidade pulsional de constituir ou não formas organizadas. Freud é levado a buscar algo que aponte para o campo do mais além do princípio do prazer. Esse algo é a pulsão de morte.
De acordo com Freud, as pulsões de morte caracterizam-se por uma tendência regressiva e conservadora. .lá as pulsões de vida ou pulsões sexuais se opõem ao trabalho das pulsões de morte, e são definidas pelo estabelecimento de formas mais organizadas. A vida de cada sujeito consiste no conflito dessas duas classes de pulsões, enquanto a morte significa a vitória das pulsões de morte. As duas pulsões sempre aparecem mescladas, sendo que as pulsões de vida seriam ruidosas e as pulsões de morte silenciosas. “a meta de toda a vida é a morte" (Freud, 1920: 38).
Em 1920, Freud, relaciona o princípio do prazer com princípio de Nirvana (Freud, l920:54). Freud não rompe ainda definitivamente com a idéia de homeostase, mas traz as ferramentas e os índices que permitirão essa ruptura.
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