Freud falava que a sublimação seria uma das possíveis formas de se evitar o desprazer e as fontes de sofrimento causadas pela civilização, remetendo a sublimação à mudança de alvo sexual, em que a pulsão é dessexualizada (Birman, 1994: 32).
Nesta perspectiva, o sujeito não abriria mão de sua posição desejante; mais ainda, daria um destino ao seu desamparo.
No artigo “O ego e o id", Freud fala que a sublimação tem como caminho necessário a desfusão das pulsões, um caminho no qual o conflito pulsional poderia desembocar, através de um retorno ao ego da libido investida nos objetos, uma desfusão pulsional, e um posterior destino à libido (Freud, 1923: 46). Ele continua dizendo que para que o ego não vire objeto das pulsões de morte, ele tem que acumular libido dentro de si e tornar-se o representante de Eros. Com o risco de morrer, o ego escolhe aqui, através da sublimação, o caminho do combate que toma a vida possível (Freud, 1923: 57).
A desfusão pulsional pode também fazer parte de um caminho criativo, através da relação de Eros com Tânatos. Portanto, quando Freud indica que a desfusão pulsional faz parte do caminho da sublimação, e se a desfusão das pulsões é impulsionada pelas pulsões de morte, podemos observar aqui um trabalho criador nessas últimas pulsões, que será engendrado através de sua ligação com as pulsões de vida.
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